sexta-feira, 26 de agosto de 2016

FÉ UTILITARISTA OU FÉ SOLIDÁRIA?

Olhando no Facebook hoje, vi essa postagem muito legal de um padre amigo nosso, o padre Adenilson Campos, pároco da Paróquia de Santa Teresinha do Menino Jesus em Campo Grande. Solicitei a ele a autorização de colocar este texto em nosso blog e ele assim o permitiu. Espero que gostem e compartilhem pois é muito interessante e nos leva a refletir o tipo de pessoa que somos e o tipo de relacionamento que temos uns com os outros, principalmente em comunidade. Será que a nossa convivência é pautada em interesses nas utilidades que as pessoas tem para nós? Será que quando chega um irmão novo na comunidade a nossa primeira preocupação é em acolher, ouvir, estar juntos ou já vamos logo lançando mão como lobos vorazes sobre seus talentos sem jamais dar o tempo de maturação que a pessoa precisa na fé e na caminhada?

"A modernidade trouxe muitas coisas boas para a vida humana, mas muitos hão de concordar que o ser humano não mudou pra melhor e a prova é o crescente mal estar, em outras palavras, a sensação de insatisfação que toma conta dos corações em progressão assustadora. As pessoas estão deprimidas e não conseguem irradiar
gratidão, alegria e paz! Mesmo dentre os que se julgam íntimos de Deus, percebe-se um desassossego de espírito. O Senhor Jesus nesses dias nos ensina o valor espiritual da vigilância, que começa com a conversão ou afastamento do mal, passa pela assiduidade à oração e à prática das virtudes da humildade, misericórdia e amor. É raro hoje que alguém se comprometa com o Reino de Deus, até porque é notório que o amor tem se esfriado, o que se comprova pela constatação de que as maiores aglomerações de pessoas se dão por razões secundárias e estranhas à fé. Dentre os grupos religiosos, crescem aqueles que agregam algum fator de sucesso ou prosperidade material: reunião de empresários cristãos, homens de negócio, fraternidades que promovam segurança material para os seus adeptos etc. Valoriza-se mais as Missas ou cultos impregnados desses apelos interesseiros ou extraordinários ou ainda aquela Missa bem rápida que me deixe ir embora o quanto antes para as coisas que me dão mais prazer! Não é de estranhar que se utilize das pessoas de modo seletivo às circunstâncias: Escolho um padre bem bonachão ou meio surdo pras confissões, um outro que me
atenda às necessidades intelectuais ou de minha preferência ideológica, e é claro, na hora que a "coisa fica séria", na doença ou morte, que eu recorra pelo menos aos mais solícitos! Aliás, os padres que cuidam de ser afamados ou os que querem levar vida boa não têm tempo pra cemitérios e hospitais! No entanto, o que o Senhor Jesus pregou é muito diferente desse estilo camaleão e disfarçado de levar a vida, dessa tendência de fazer da fé um supermercado onde levo o que quero na hora que quero. Chegará um dia em que a superficialidade não o alimentará mais, em que a sua postura utilitarista de se relacionar com as pessoas por interesse ou porque lhe são úteis momentaneamente não lhe será viável porque você não entendeu a importância de dar e se doar, de
conviver em comunidade, de construir relações duradouras e gratificantes! O Amor nos faz concentrar no que é necessário, nobre e bom, naquilo que permanece pra sempre! É claro que conviver exige maturidade e boa dose de paciência, e acima de tudo de amor a Deus e às pessoas. Essa sensibilidade é dom do Espírito Santo, mas quem a quer? No mais, fica a dica: Valorize a sua comunidade e as pessoas"!
 
(Padre Adenilson Campos).

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