sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Nem todos os que buscam viver a castidade são chamados à vocação religiosa!

Sempre tive em meu coração a ideia de que vocação significa felicidade, pois: "Só é feliz quem realiza a sua vocação"(Mons. Jonas Abib). Isso não quer dizer que na busca pela perseverança no chamado que Deus nos fez não existam cruzes que precisamos suportar. Mas sem viver intensamente nossa vocação jamais seremos plenos porque cada um de nós foi criado para cumprir um objetivo através de uma missão nessa vida. Enquanto não encontramos o objetivo para o qual fomos criados não conseguimos ter plena felicidade pois sentimos necessidade de ser úteis, sentimos vazios em nós e sentimos falta de algo.

Há algum tempo um rapaz desistiu do relacionamento com uma moça porque sentiu um medo enorme ao saber que ela já havia duvidado sobre sua verdadeira vocação, se era vocação religiosa ou não. Percebendo que durante todo o tempo do namoro a menina não desistiu de viver a castidade mesmo o rapaz não demonstrando o mesmo desejo, ele não quis continuar o namoro alegando que poderia estar atrapalhando o discernimento vocacional dela. Porém, foi perceptível que na verdade ele não desejava experimentar a castidade no tempo de namoro, tendo em vista que ele não se dava ao trabalho nem sequer de preservar a castidade no olhar às outras meninas mesmo estando ao lado de sua namorada.



Isso a fazia sofrer demais, piorava o que a maioria das meninas sente com relação à sua autoestima e muitas vezes isso traz uma imagem muito negativa dos homens para as mulheres. Mas não significa que as mulheres tem de desistir do amor até porque, assim como a salvação é individual cada pessoa é diferente da outra. Além disso, precisamos primeiramente acreditar em nós mesmos, ter segurança, autoconfiança, ser completos em Deus para somente depois disso procurar quem deseja o mesmo que nós.

Logicamente não podemos dizer que em nenhum momento o casal, enquanto namorados, não possa decidir se separar por conta de um chamado de Deus. Isso pode até vir a acontecer. Mas precisamos perceber onde é o "X" da questão: é o discernimento vocacional ou a falta de desejo de mudar de vida de alguma das partes para viver a santidade no relacionamento? Até porque o chamado à santidade e, portanto à castidade é para todos, seja para religioso ou até para a vida matrimonial. Nem todos os que buscam viver a castidade são chamados à vocação religiosa! Precisamos compreender bem isso para aprendermos a discernir nossa própria vocação. Além disso se conhecer muito bem, antes de qualquer coisa conhecer muito a Deus e quando estivermos bem íntimos d'Ele Ele mostrará o caminho certo a seguir!

Você que hoje vive essa dúvida busque essa intimidade com Deus e com Nossa Senhora. Busque as respostas em Deus porque existem muitas perguntas e muitas respostas dentro de nós mesmos mas para conseguirmos encontrá-las é preciso que primeiramente encontremos a Cristo. Nosso Senhor e Nossa Senhora viveram intensamente sua vocação até as últimas consequências. Busquemos a eles como exemplos de perseverança, para não desistirmos nunca da vocação por mais difícil que seja - por conta de nossas limitações - porque somente assim alcançaremos a felicidade que muitas vezes buscamos em tantas coisas porém só conseguiremos encontar em Deus!

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

FÉ UTILITARISTA OU FÉ SOLIDÁRIA?

Olhando no Facebook hoje, vi essa postagem muito legal de um padre amigo nosso, o padre Adenilson Campos, pároco da Paróquia de Santa Teresinha do Menino Jesus em Campo Grande. Solicitei a ele a autorização de colocar este texto em nosso blog e ele assim o permitiu. Espero que gostem e compartilhem pois é muito interessante e nos leva a refletir o tipo de pessoa que somos e o tipo de relacionamento que temos uns com os outros, principalmente em comunidade. Será que a nossa convivência é pautada em interesses nas utilidades que as pessoas tem para nós? Será que quando chega um irmão novo na comunidade a nossa primeira preocupação é em acolher, ouvir, estar juntos ou já vamos logo lançando mão como lobos vorazes sobre seus talentos sem jamais dar o tempo de maturação que a pessoa precisa na fé e na caminhada?

"A modernidade trouxe muitas coisas boas para a vida humana, mas muitos hão de concordar que o ser humano não mudou pra melhor e a prova é o crescente mal estar, em outras palavras, a sensação de insatisfação que toma conta dos corações em progressão assustadora. As pessoas estão deprimidas e não conseguem irradiar
gratidão, alegria e paz! Mesmo dentre os que se julgam íntimos de Deus, percebe-se um desassossego de espírito. O Senhor Jesus nesses dias nos ensina o valor espiritual da vigilância, que começa com a conversão ou afastamento do mal, passa pela assiduidade à oração e à prática das virtudes da humildade, misericórdia e amor. É raro hoje que alguém se comprometa com o Reino de Deus, até porque é notório que o amor tem se esfriado, o que se comprova pela constatação de que as maiores aglomerações de pessoas se dão por razões secundárias e estranhas à fé. Dentre os grupos religiosos, crescem aqueles que agregam algum fator de sucesso ou prosperidade material: reunião de empresários cristãos, homens de negócio, fraternidades que promovam segurança material para os seus adeptos etc. Valoriza-se mais as Missas ou cultos impregnados desses apelos interesseiros ou extraordinários ou ainda aquela Missa bem rápida que me deixe ir embora o quanto antes para as coisas que me dão mais prazer! Não é de estranhar que se utilize das pessoas de modo seletivo às circunstâncias: Escolho um padre bem bonachão ou meio surdo pras confissões, um outro que me
atenda às necessidades intelectuais ou de minha preferência ideológica, e é claro, na hora que a "coisa fica séria", na doença ou morte, que eu recorra pelo menos aos mais solícitos! Aliás, os padres que cuidam de ser afamados ou os que querem levar vida boa não têm tempo pra cemitérios e hospitais! No entanto, o que o Senhor Jesus pregou é muito diferente desse estilo camaleão e disfarçado de levar a vida, dessa tendência de fazer da fé um supermercado onde levo o que quero na hora que quero. Chegará um dia em que a superficialidade não o alimentará mais, em que a sua postura utilitarista de se relacionar com as pessoas por interesse ou porque lhe são úteis momentaneamente não lhe será viável porque você não entendeu a importância de dar e se doar, de
conviver em comunidade, de construir relações duradouras e gratificantes! O Amor nos faz concentrar no que é necessário, nobre e bom, naquilo que permanece pra sempre! É claro que conviver exige maturidade e boa dose de paciência, e acima de tudo de amor a Deus e às pessoas. Essa sensibilidade é dom do Espírito Santo, mas quem a quer? No mais, fica a dica: Valorize a sua comunidade e as pessoas"!
 
(Padre Adenilson Campos).

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quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Vaticano lança proposta para educação afetiva e sexual


A Santa Sé lançou por meio do Pontifício conselho para a família um projeto super legal chamado Ponto de encontro, que visa formar os jovens na sua afetividade e sexualidade possibilitando aos jovens a realização de encontros formativos com temas direcionados. Esse projeto pode possibilitar aos jovens a realização de suas vidas em sua integralidade e não apenas com a mente distorcida que a mídia tenta nos vender todos os dias ou até mesmo os ditos intelectuais.








Abordando diversos temas como: 
  • As perguntas mais importantes sobre o sentido da vida e do próprio ser.
  • A condição de criatura referida a Deus.
  • A condição de filho, como condição fundamental de todo ser humano.
  • Todo ser humano é único e irrepetível.
  • O ser humano, composto de alma espiritual e corpo.
  • Crescimento e amadurecimento do corpo.
  • A dupla condição do corpo humano: temos corpo e somos corpo.
  • O corpo como uma expressão da minha pessoa: a descoberta do sentido da própria vida através do corpo.
  • O descobrimento da linguagem, objetivo inerente ao corpo humano.
  • O descobrimento do corpo humano, como corpo de uma pessoa, e essencialmente orientado para o amor.
  • O corpo, elemento inalienável do amor humano.
  • O corpo, como lugar de inserção e expressão da própria identidade.
  • A puberdade como uma forma de amadurecimento pessoal e social, visando a realização pessoal. A realização pessoal consiste em unir e saber amar e ser amado.
 Vale apena conferir!

http://www.educazioneaffettiva.org/1a-unidade/?lang=pt-pt

terça-feira, 2 de agosto de 2016

O que fazer para evitar a decepção?


Quantas pessoas convivem conosco? Muitas e todas elas tem uma história de vida, uma árvore genealógica, um meio social e influências que as cercam assim como a cada um de nós. Se esquecemos disso tudo acabamos por idealizar as pessoas e projetar nelas algum desejo ou esperança nossa de modo indevido, fazendo com que esta pessoa ideal seja para nós algo além daquilo que ela realmente pretende nos ser. Sim irmãos é assim que nascem as desilusões, quando projetamos em alguém aquilo que queremos para nós. Como evitar esses sentimentos em relação ao outro? Nada simples, porém algo dito nas Escrituras pode inferir bem sobre este assunto: "Eis o que diz o Senhor: Maldito o homem que confia em outro homem, que da carne faz o seu apoio e cujo coração vive distante do Senhor!
Assemelha-se ao cardo da charneca e nem percebe a chegada do bom tempo, habitando o solo calcinado do deserto, terra salobra em que ninguém reside. Bendito o homem que deposita a confiança no Senhor, e cuja esperança é o Senhor".(Jer 17,5-7).

Engraçado é que muitas vezes ouvimos e lemos esta palavra mas não a digerimos como verdade pois somos incapazes de reconhecer nossa fraqueza tendenciosa a esperar dos outros aquilo que nós mesmo não somos capazes de gerar em nós. Acredito firmemente que o que devemos fazer para evitar a decepção com o outro é buscar em nós mesmos aquilo que desejamos, pois na verdade a tudo o que Deus tem para nós não está longe mas dentro de nós. Seu reino não consiste em coisas externas, mas sim, naquilo que o permitimos gerar em nossa vida, em nosso interior. Acredite, a felicidade que você procura se esconde dentro de você, lá onde Deus chama em teu coração para uma vida de intimidade com Ele.

domingo, 31 de julho de 2016

Buscai as coisas do alto

Esses dias avistei um pai com seu filho. Com todo seu carinho e cuidado de pai, avisou ao filho, que não há muito tempo aprendeu a andar, para tomar cuidado para não cair no chão. Minutos depois ouço o pequeno chorando, olho pela janela e avisto uma linda e emocionante cena: o pai massageando os joelhos tão pequenos de seu bebê… Cena esta, que me fez refletir e escrever essa postagem aqui pra vocês hoje. Fiquei imaginando quantas vezes Deus já nos levantou nas nossas quedas, quantas vezes Ele já não nos avisou com seus ensinamentos de Pai: Cuidado pra não cair! Mas somos ainda como aquele garotinho: ainda pronunciando as primeiras palavras, em crescimento, pequenos, limitados…São tantas quedas que às vezes achamos que não conseguiremos mais levantar, parece que nunca vamos aprender mas é o Próprio Deus que vem ao nosso encontro, mesmo depois de termos lhe desobedecido e nos acaricia, nos consola com seu amor e carinho, nos perdoa, nos diz: "Levanta-te, toma o teu leito e anda" (João 5, 8), segura nossa mão e nos ajuda a levantarmos do chão. O chão… esse é frio, sujo e quem fica nele se torna como ele mas nós, filhos do Deus Altíssimo, não fomos feitos para ficarmos no chão, pra desistir de nós mesmos e muito menos pra desistir de seguir o que o nosso Pai nos ensina! Nós fomos feitos para buscar aquilo que vem do alto, aquilo que vem de Deus!



Finalizo essa postagem  com a passagem de Mateus lá no Capítulo 6, versículo 20 onde o Senhor nos ensina: "Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furtam nem roubam".

Até o próximo Post!
Tamujunto!

domingo, 20 de março de 2016

Por que rezar o Santo Terço?

No dia  13 de Maio de 1917 Nossa Senhora diz aos três pastorinhos: "Rezem o terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra". Além de rezarmos para obter a paz que a oração do santo Terço nos traz, precisamos fazê-lo para que nos conscientizemos de tudo aquilo que ainda temos de buscar fazer para seguir Jesus como exemplo. Precisamos utilizar a oração do terço para rezar pelos outros e também por nós mesmos. Porque não são somente os outros que precisam mudar mas cada um de nós.


Precisamos usar as armas certas para vencer os combates e sair vitoriosos, saber usar essa arma poderosa que é o santo Terço e andar armados porque nunca se sabe quando aparecerá um combate. Assim como um bom combatente, precisamos ter disciplina e à medida em que somos fiéis a Deus, que buscamos ouvi-lo e falar com Ele, nossa vida vai tomando um rumo diferente: aquele que Ele sonhou para nós. E como saber qual a vontade de Deus na nossa vida? Respondo para vocês: tendo intimidade com Ele. Uma das ferramentas que podemos utilizar para isso é o Santo terço, momento no qual entramos em contato com Deus e meditando seus mistérios, recordamos a vida do Senhor e toda a história da Salvação. Abro aqui um parênteses: o Terço é um instrumento que não tem como centro Maria, Nossa Senhora mas sim a vida de Jesus pois, apesar das "Ave Marias" que rezamos, meditamos a vida de Jesus através dos mistérios do Terço que acabamos de mencionar. Nossa Senhora é exemplo de quem tem o Senhor como centro de sua vida quando diz nas Bodas de Caná: "Fazei tudo o que Ele vos disser".(Jo 2, 5B) Ela não diz: "Façam o que eu digo". E muito menos: "não faça o que faço" (como costumamos observar em muitos hoje em dia) porque seu exemplo de vida é realmente de total entrega ao projeto de Deus dizendo sim a Ele e é também de total humildade por isso diz quando encontra sua prima Isabel: "Meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua POBRE SERVA..."(Lc 1, 47-48A)

Lembrando que nossa luta não é só contra o mal que está fora mas também, contra o que, inevitavelmente já está dentro de nós pelo pecado original. Isso significa que, na luta contra as forças do mal e contra a tentação de cairmos do pecado precisamos usar as estratégia certas e as armas certas. Uma dessas armas é o Santo Terço!

O Catecismo da Igreja Católica vem nos dizer: "A meditação põe em ação o pensamento, a imaginação, a emoção e o desejo. Esta mobilização é necessária para aprofundar as convicções da fé, suscitar a conversão do coração e fortalecer a vontade de seguir a Cristo. A oração cristã dedica-se, de preferência, a meditar nos «mistérios de Cristo», como na « lectio divina» ou no rosário. Esta forma de reflexão orante é de grande valor, mas a oração cristã deve ir mais longe: até ao conhecimento amoroso do Senhor Jesus, até à união com Ele." ( CIC § 2708 -)

Portanto, rezar o terço é necessário para nos conectarmos com Deus, para termos intimidade e compromisso com Ele, com disciplina e responsabilidade, sendo constantes e perseverantes. E também para que tenhamos mais fé, mais esperança de que conseguimos vencer a maior guerra de todos os tempos: a guerra que acontece no nosso interior constantemente!